quarta-feira, 9 de julho de 2008

Sí Se Puede Tour 2008 // Capítulo 4: Money talks

Apesar dos transtornos na hora de entrar na cidade (quando quiserem dicas de como fazer isso, não falem comigo), chegamos ainda animados com o que recém tínhamos visto. Resolvemos comemorar o êxito do cruze andino na muito falada Calle Suecia, onde supostamente estariam os bares mais movimentados da cidade. Supostamente. Tal rua nada mais era que um tremendo engodo, repleto de bares e restaurantes com figuras caricatas na recepção e bandeiras dos mais variados países nas portas (= pega-turista). Caímos num deles, atendidos por uma simpática moça que nos deu dicas da noite chilena. Após uma janta modesta, fomos convencidos pela hostess a ir para um tal de Sala Murano. O que não sabíamos era que em tal lugar só se podia desfrutar um reggaeton diliça. Após algumas doses de vodka, a música não ficou tão ruim e o ambiente era até agradável.

Zuropa? Não, Santiago do Chile

Mas se Santiago aparentemente carecia no quesito vida noturna, a capital chilena põe qualquer outra cidade brasileira no bolso quando o assunto é desenvolvimento. Hospedamonos no bairro financeiro da cidade, El Golf, repleto de prédios modernos com design arrojados, tipo das zuropa. Diferente da Argentina, em Santiago é muito difícil encontrar carros antigos. As ruas, apesar de movimentadas, são largas e relativamente tranqüilas (poucas pessoas buzinam no trânsito). A cidade possui vias subterrâneas que cruzam vários bairros e facilitam o tráfego. Os bairros, por sinal, em sua maioria são bastante limpos e organizados, isso tudo com a Cordilheira nevada ao fundo. Coisa bonita de ser ver.

Viu só que belezura?

No meio da cidade, um morro - Cerro San Cristóbal - oferece uma vista privilegiada da cidade, além de uma Erdinger bem servida. No Centro, após almoçar no Mercado Público (= mais um pega-turista), conhecemos o histórico Palácio de La Moneda, palco do golpe de Estado que levou Pinochet ao poder na década de 70, após o "suicídio" de Salvador Allende. Também conhecemos as míticas (futebolísticamente falando) sedes da Universidad do Chile e da Universidad Catolica, além do próprio Estádio Nacional, também lembrado por servir de prisão e local de vários assassinatos na época da ditadura. Aproveitamos um descuido dos seguranças e até no campo entramos. As dependências, no entanto, mostraram-se um tanto antigas. O estádio parece muito maior na tevê. A vinícola Concha y Toro, distante 60km do centro, também recebeu nossa ilustre presença.

O portão tá aberto? Entrei

Além do (agora, já sóbrio) sofrível Sala Murano, Santiago conta com uma espécie de Cidade Baixa. No bairro Bellavista, aos pés do San Cristóbal, barzinhos estilo low-cost dividem espaço com outros locais tão simples quanto, porém mais caprichados e modernosos. Mas o grande achado estava perto do Centro, numa galeria inóspita, freqüentada por "góticos", como diria a mal-informada hostess citada no primeiro parágrafo. Blondie. Definição: tudo que o Beco queria ser, mas não é. Descendo suntuosas escadarias, com largas colunas antigas, chegava-se à primeira pista. Pequena, com um telão na parede, ao som de Franz Ferdinand, Arctic Monkeys e Libertines, entre outros. No outro salão - do tamanho de duas quadras de futsal - uma festa anos 80 pegada, com DJs mixando as músicas e não apenas apertando o play, como acontece na superestimada Balonê. Difícil escolher aonde estava melhor. De uma pista para outra, de uma pista para outra, até quase 6h da manhã. Melhor som. Melhor.

Dia seguinte. Hora de chegar no litoral (do lado de lá).

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