segunda-feira, 26 de maio de 2008

terça-feira, 20 de maio de 2008

Divirta-se?!?

Sempre fui uma pessoa noturna, sempre. Desde piá, férias significavam ficar acordado até tarde. Não interessa qual atividade, o simples fato de estar desperto nas altas horas da noite já gerava alegria suficiente para mim. Jamais esquecerei aquele Carnaval de 1992 (ou seria 1993? Alguns fatos PARECE que eu esqueci) em que, motivado pelas Escolas de Samba - quem diria - assisti ao nascer do Sol, talvez pela primeira vez...

Pois a adolescência foi chegando e com ela, as festas. Bons tempos de reuniões dançantes. Depois vieram o Cord, Porca & Parafuso e Quebra-Tudo no União, eventos no Juvenil, Libanesa e outros locais memoráveis. Que função naquela época. Nada de "ver como está o lugar". Era uma festa só, discutida desde a segunda-feira anterior, que acabávamos indo de táxi e, quando tínhamos sorte, um pai generoso ia nos buscar.

Chegou a era da carteira de motorista. Liberdade ainda que tardia... Podíamos sair por aí, escolher onde ir, se tocar para São Leopoldo, Gramado, ou até mesmo só ficar dando voltas por aí, sem entrar em lugar algum. A vida noturna na sua melhor forma.

Hoje, alguns anos depois, digo: CANSEI DA NOITE. Chega. Quero acordar às 6h da manhã todos os dias e caminhar no Parcão (ok, estou forçando a barra). Toda vez que saio, recebo um sincero desejo de "divirta-se" da minha mãe, que há tempos ouve minhas lamentações nos domingos pela manhã. Vejamos...

- Vamos estacionar o carro? As opções são deixar o carro na rua (e o coração na mão), sendo ALVEJADO por ataques de flanelinhas enlouquecidos; deixar o veículos em estacionamentos prestes a desabar a qualquer momento, arriscando que algum líquido corrosivo proveniente de tubulações dos tempos dos dinossauros pingue no capô; deixar 15 reais na mão de um manobrista mais preocupado em jogar seu carro em qualquer canto para poder manobrar o próximo o mais rápido possível.

- Vamos entrar em algum lugar? Não antes de encarar uma fila - não interessa se é verão ou inverno - ou então deixar boa parte do soldo nas mãos de uma pessoa mal-encarada atrás de uma janelinha. Também, podemos ficar observando os famosos furões ou aquelas pessoas super importantes que tem nome na lista. Azar o nosso, que somos da ralé.

- Estamos no lugar! Beleza!!! Então agora é hora de preparar nossos cotovelos, pois precisaremos dele para chegar até o bar. Sim, eu QUERO MUITO consumir, apesar da insistência dos proprietários em deixar essa tarefa mais difícil. Também devemos nos preparar para a árdua tarefa de satisfazer nossas necessidades fisiológicas. Afinal, alguns banheiros devem ter vazamentos severos pois estão sempre com o piso encharcado. Lavar as mãos, além de parecer facultativo para muitos, já é complicado sem o papel-toalha, imagine sem sabonete. Sim, isso acontece.

- Uaaah! Chega! Vamos embora!!! Levaremos conosco o ETERNO ODOR DE CIGARRO que, onipresente, nos acompanhará não apenas nas nossas roupas, mas também nos nossos cabelos, no nosso pijama e até mesmo no lençol de nossa cama. Abra beeeem a janela no dia seguinte e torça, mas torça muito para um belo dia de sol.

- E no dia seguinte? Dor de cabeça, cansaço, sensação de que dormimos um sono pela metade. Isso sem considerar o fator alcoólico, que deixa tudo ainda mais doloroso.

O pior de tudo é sentir que nada disso valeu a pena.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Impossível pensar em outra coisa

O que tem do lado de lá desse paredão?

Quem criou as férias certamente o fez com a intenção de reservar às pessoas um período de tempo em que pudessem dedicar-se a uma atividade particular, arejar a cabeça e descansar. Quem criou as férias certamente não imaginou que alguém a utilizaria unicamente para enfrentar longas viagens, exigir esforço físico do corpo durante todo tempo e, por conseqüência, voltar MUITO MAIS CANSADO do que se estava antes de partir. Unicamente sim, porque entre a saída e o retorno, somente algumas 10, talvez 12 horas não serão gastas com coisas que não fazem parte da viagem que contarei a seguir.

Desde Fevereiro de 2005 (ou seja, aproximadamente 3,5 anos atrás), na minha primeira visita às cidades de Buenos Aires e Montevideo, a região rioplatense passou a exercer um poder de atração brutal sob a minha pessoa. Poder esse que me permite a afirmar coisas como "no mesmo período, fui mais vezes à Buenos Aires que para Gramado, onde tenho estadia garantida". Pode ser o cúmulo pensar que, teoricamente, 1.100km pareçam mais pertos que 126km, mas é a verdade. Mas os motivos que levam à isso serão discutidos num post futuro.

Na minha quinta passagem pelos países do Conesul, finalmente irei concretizar um antigo desejo: ver o sol se pôr no oceano; cruzar os Andes; ver o que existe no lado de lá desse paredão. Cruzando Mendoza, Santiago, a região dos lagos chilena e Bariloche - com uma paradinha em Buenos Aires, porque ninguém é de ferro. Serão aproximadamente 6 mil quilômetros a serem rodados, algumas partes em altitudes superiores a 3 mil metros, costeando o teto das Américas, o Aconcágua, e outros vulcões, alguns ativos no país magro. Pode-se não estar ansioso para que isso chegue rapidamente?

Por isso, as jornadas custam a passar. Conto os dias assim como nos filmes os presos contam os seus na prisão: riscando, traço a traço. Ao mesmo tempo que a mente vai se afastando, pra lá da Cordilheira, ela precisa estar de volta logo, pois há muito trabalho a ser feito antes de poder partir. Sair do emprego com a certeza de que todas as precauções foram tomadas e que não ficaram pendências garantirão a tranqüilidade nos altos das montanhas de neve. Mas como fazer isso, se só consigo pensar nas montanhas de neve?

Enquanto isso, eu sigo contando. ||||/ ||||/ ||||/ ||||/ ||||/ |

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Quando a rotina se quebra

Há mais ou menos uns cinco anos, minha noite de domingo é reservada para a prática do nobre esporte bretão, o futebol. Essa rotina foi criada para ser uma maneira de encontrar os amigos de longa data e, também, para evitar o marasmo e a melancolia que tomam conta dessa noite particular. Pois ontem, tudo que NÃO HOUVE foi rotina.

Terminada a partida (que, por coincidência, foi extendida em 10 minutos por cortesia do vivente que coordenava o estabelecimento), eu e os demais "atletas" tomávamos o rumo de nossas casas. Seguíamos como de costume pela Rua Professor Pedro Santa Helena, no Jardim do Salso, quando, de repente, algo um tanto diferente surge: um carro virado de ponta-cabeça.

Ao menos, essa foi a impressão no momento. Paramos e espiamos, ainda tentando entender o que havia ocorrido, de dentro dos nossos veículos. Correria, gritos, uma senhora chorando. Aquilo recém acontecera. Haviam pessoas dentro do carro. Prontamente, saímos a ajudar.

A moça, uma mulher de 20 anos, batia no vidro desesperada querendo sair do veículo. Foi rapidamente desencorajada pelos que ali estavam, avisada dos ferimentos que a janela quebrada poderiam provocar. Em seguida, o porta-malas foi aberto. Ela e o filho, de 5 anos, auxiliados pelos que ali estavam, saíram ilesos. A senhora, provavelmente a avó do piá, o carregou para dentro de casa, ainda soluçando.

Todos que ali estavam apresentavam muito mais disposição do que conhecimento sobre o que fazer naquele momento. Também, tu estás indo pra casa, domingão acabando e, quando se dá conta, duas pessoas estão em um carro com o assoalho para cima, gritando desesperadas. Parece que uma obrigação, uma responsabilidade toma conta de todos, de ter que fazer alguma coisa, fazer de tudo para que nada aconteça. O ambiente todo se desenvolve dessa maneira. Faz-se muito, pensa-se pouco. Ainda bem que algumas pessoas estavam centradas, mantendo a tranqüilidade, sabendo a coisa certa a fazer.

Por sorte, ninguém se feriu. Apenas um susto.

A rotina termina quando menos se espera.

PS: Tal fato virou notícia em vários veículos. Não viu? Então clica aqui, aqui e aqui, ou então no sempre muy bien escrito Longe Demais...

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Deu branco

A publicidade surgiu com o objetivo de ser o canal de informação entre uma empresa e seu mercado, geralmente tentando convencer seus consumidores a comprar seus produtos. Agora, em 2008, estamos mergulhados em um mundo conectado com acesso quase que irrestrito a qualquer tipo de informação sobre qualquer tema. Canais de TV a cabo, antenas parabólicas, telefones celulares, internet. Existem ZILHÕES de maneiras de se informar e ser informado sobre absolutamente TUDO, esteja aonde estiver.

As mentes que criam essas comunicações adaptam-se ao mercado, às suas características. A criatividade aparece para nos surpreender e ajudar a fixar uma marca ou despertar o desejo de consumir. As opções de mídia existentes hoje abrem o leque de possibilidades onde estas mentes podem trabalhar e deixar suas idéias fluírem.

Agora, POR QUE DIABOS ANÚNCIOS DE PASTA DE DENTE E SABÃO EM PÓ SÃO SEMPRE IGUAIS??? Será que não existe uma cabeça criativa a fim de desenvolver melhor essa idéia de LIMPAR e DEIXAR TUDO MAIS BRANCO??? Não posso entender. OK, dirão coisas do tipo "mas é esse o objetivo desses produtos". Correto. Assim como os anúncios de TEEM eram para "matar sua pior sede" e, mesmo assim, coisas como o cidadão de casaco de pele comendo batata frita na praia marcaram a minha pré-adolescência.

Não me venham mais com essa conversa de "MEU DENTISTA RECOMENDA" ou "ESTÁ CLINICAMENTE COMPROVADO". Ah, o teu dentista recomenda? E eu com isso? Nem conheço ele! Aliás, não sei nem se ele existe. E outra coisa: clinicamente comprovado POR QUEM???

Tão abominável quanto esse tipo de abordagem são esses anúncios de equipes com caixas de sabão em pó INVADINDO casas com seus produtos e ENCANTANDO as senhoras que por lá estão. Ou então lençóis sujos de lama, molho de tomate, Coca-Cola, sangue, lodo, graxa, lava vulcânica e sei-lá-mais-o-quê saindo numa BRANCURA SÓ das lavadoras. Há uns 214 anos, Omo garante que tira todas as manchas e, ainda assim, lançam novos produtos que tiram AINDA MAIS manchas!!! É possível isso??? O mesmo acontece com a Colgate e seus similares.

Alguém ainda acredita nisso??? Eu não. Cansei de ter meus mui divertidos programas de televisão interrompidos por donas de casas falsas e uns babacas todos sorridentes.

Vão criar outras coisas...