Nada melhor que sair de Bariloche e ouvir que as pistas de esqui tinham sido abertas na manhã em que partimos. Nada melhor. Mas enfim, era hora de tomar o rumo de casa. Seguimos em direção a cidade de Neuquén deixando para trás as montanhas nevadas e, mais uma vez, acompanhando o curso de um rio, desta vez o Limay. A estrada, praticamente deserta. Todos aqueles cenários que tínhamos acompanhado por quase 20 dias ficavam apenas nos retrovisores. Triste, muito triste.
Passamos por Neuquén buscando notícias da Eurocopa e principalmente do mui-querido Racing, tentando escapar do rebaixamento no torneio local. Após algumas estradas incertas, chegamos a localidade de Choele Choel, onde iniciamos um incrível trecho de 133km de pura reta. Tão reto que um carro com geometria perfeita poderia cruzá-la sem motorista. Tão reto que se os condutores do veículo tivessem saído na noite anterior, teriam muito sono. E se fosse à noite, pior ainda. (E não foi assim?)
Já passávamos de Bahia Blanca quando o receio de uma pane seca nos fez retornar 40km até um local seguro para abastecer. Não esqueçam que combustível na Argentina é algo parecido como água no Saara (Ok, exagerei. Mas é por aí). Obrigado, Otávio. Não satisfeitos com essa perda de tempo, nosso navegador achou uma boa idéia entrar em Buenos Aires por Lanús e Banfield. Sob intensa neblina e ouvindo na rádio que a temperatura baixara em Bariloche (ódio), chegamos no hotel quando amanhecia, umas duas horas depois do previsto graças aos engarrafamentos suburbanos. Obrigado, Maurício.
Buenos Aires é aquela coisa. Pubzinhos, cervejinha, restaurantezinhos, noitezinha... Opa! Noitezinha não teve. Prova de que segunda-feira é igual em qualquer lugar do mundo. Porém, tudo compensado com o Kansas. Só aqui você pode estar bêbado e comendo um belo naco de carne numa segunda-feira às 4 da tarde. I love this game. Mais um dia e o trecho final. Balsa até Colônia, mais uma carnezinha em Montevideo com final do campeonato uruguaio numa quarta-feira a tarde, e dê-lhe estrada. Eram quase 1h da manhã de quinta-feira quando o trajeto todo encerrou-se.
8.095km que valeram cada centímetro. Agradeço aos meus amigos que compartilharam isso comigo. Sem dúvida, algo para nunca mais esquecer. [Ok, momento clichê, eu sei. Mas foi necessário]
Mission acomplished. De volta à vida real.
2 comentários:
Choele Choel: abrirei um RESTAURANTE com esse nome.
No mais, de TUDO, invejei apenas a carne em Montevideo.
Viagem COMUM...
PS: estou, faz tempo, a fim de almocar em Montevideo qualquer hora. Que tal?
to be continued ???
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