quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Perguntas que assolam uma mente inquieta - I

A falta de definição sobre as minhas atividades dentro da empresa onde trabalho me força a fazer praticamente um job rotation (adoro essas expressões importadas [mentira]), sendo jogado em qualquer canto onde exista qualquer tarefa a ser desempenhada. Não obstante, não há MUITA tarefa a ser desempenhada em canto algum e, por esse motivo, penso, logo escrevo.

Esta semana fui deslocado para a área de contabilidade da empresa. Minha função é ligar para os funcionários que possuem pendências, cobrando-os para que estas sejam resolvidas imediatamente. Tal processo é dado da seguinte forma: as cobranças de fornecedores chegam a este setor, onde os empregados verificam no sistema o lançamento das informações referentes ao material recebido ou serviço prestado para checar se tudo está correto. Estando, o pagamento pode ser feito, porém quando há inconsistência em algum dado, o CHATO aqui aparece para puxar as orelhas dos colegas. Algo tão desafiador que, talvez, um macaco adestrado faria com a mesma competência que eu.

Viver em meio a contadores, observando suas atividades e responsabilidades, levaram meus questionamentos sobre “Vida corporativa é vida?” (a ser tratado no próximo post) para um outro nível. Se eu já questionava passar 40 horas da semana fechado em um escritório enquanto o sol, o vento e a VIDA lá fora corre solta, imagina renunciar a tudo isso por guias de recolhimento de impostos, notas fiscais, boletos e livros contábeis?

A afirmação “a vida é mais que isso” aparece aqui na sua melhor forma. Excluindo questões sobre burocracia, organização corporativa, controles governamentais, QUAL A UTILIDADE DE TUDO ISSO? Vejo aqui pessoas passando suas (únicas) vidas alimentando livros que ficam parados nas estantes por meses e fazendo um CARA-CRACHÁ em documentos e telas de computador. 40 horas semanais. 175 horas por mês. Quase 2000 horas por ano.

Não quero cair na tentação de dizer “imagina ter todo esse tempo pra fazer o que quiser” porque afinal, do trabalho nós não podemos fugir (por nós entenda-se pessoas que não são ricas de berço e que vivem com os pés no chão). Mas utilizar esse tempo, ao menos, para funções mais produtivas, para gerar riquezas de verdade? Quantas pessoas estão perdendo não apenas o seu tempo, mas o tempo (e o dinheiro) da empresa (que repassa esses custos a todos nós - ou seja, todos pagam a conta disso) apenas para a manutenção de uma estrutura burocrática?

Agora, isso fez ainda menos sentido para mim.

3 comentários:

Anna Magagnin disse...

Também me faço muito esse comentário...me fiz tanto que com todo esse tempo livre estou....ahhah

Brincadeiras a parte, acho bom que tu te pergunte sobre a vida...acho q todo mundo deveria se perguntar isso o tempo inteiro...

Só te escrevo pra dizer isso, pq o que fazer só tu pode saber.

bjos

Anônimo disse...

Parece INCRIVEL que o MESMO questionamento seja feito por TODA E QUALQUER pessoa que tem um MINIMO de amor proprio.

Talvez se MASSIFICARMOS o argumento da PERDA DE DINHEIRO com BUROCRACIAS BURRAS que tu salientou possa aparecer uma saida, ainda que "pelos fundos", para que certas empresas notem que alguns minutos a mais de VENTO e SOL ajudam PRA CARALHO qualquer vivente.

Anônimo disse...

Parece INCRIVEL que o MESMO questionamento seja feito por TODA E QUALQUER pessoa que tem um MINIMO de amor proprio.

Talvez se MASSIFICARMOS o argumento da PERDA DE DINHEIRO com BUROCRACIAS BURRAS que tu salientou possa aparecer uma saida, ainda que "pelos fundos", para que certas empresas notem que alguns minutos a mais de VENTO e SOL ajudam PRA CARALHO qualquer vivente.