segunda-feira, 5 de maio de 2008

Quando a rotina se quebra

Há mais ou menos uns cinco anos, minha noite de domingo é reservada para a prática do nobre esporte bretão, o futebol. Essa rotina foi criada para ser uma maneira de encontrar os amigos de longa data e, também, para evitar o marasmo e a melancolia que tomam conta dessa noite particular. Pois ontem, tudo que NÃO HOUVE foi rotina.

Terminada a partida (que, por coincidência, foi extendida em 10 minutos por cortesia do vivente que coordenava o estabelecimento), eu e os demais "atletas" tomávamos o rumo de nossas casas. Seguíamos como de costume pela Rua Professor Pedro Santa Helena, no Jardim do Salso, quando, de repente, algo um tanto diferente surge: um carro virado de ponta-cabeça.

Ao menos, essa foi a impressão no momento. Paramos e espiamos, ainda tentando entender o que havia ocorrido, de dentro dos nossos veículos. Correria, gritos, uma senhora chorando. Aquilo recém acontecera. Haviam pessoas dentro do carro. Prontamente, saímos a ajudar.

A moça, uma mulher de 20 anos, batia no vidro desesperada querendo sair do veículo. Foi rapidamente desencorajada pelos que ali estavam, avisada dos ferimentos que a janela quebrada poderiam provocar. Em seguida, o porta-malas foi aberto. Ela e o filho, de 5 anos, auxiliados pelos que ali estavam, saíram ilesos. A senhora, provavelmente a avó do piá, o carregou para dentro de casa, ainda soluçando.

Todos que ali estavam apresentavam muito mais disposição do que conhecimento sobre o que fazer naquele momento. Também, tu estás indo pra casa, domingão acabando e, quando se dá conta, duas pessoas estão em um carro com o assoalho para cima, gritando desesperadas. Parece que uma obrigação, uma responsabilidade toma conta de todos, de ter que fazer alguma coisa, fazer de tudo para que nada aconteça. O ambiente todo se desenvolve dessa maneira. Faz-se muito, pensa-se pouco. Ainda bem que algumas pessoas estavam centradas, mantendo a tranqüilidade, sabendo a coisa certa a fazer.

Por sorte, ninguém se feriu. Apenas um susto.

A rotina termina quando menos se espera.

PS: Tal fato virou notícia em vários veículos. Não viu? Então clica aqui, aqui e aqui, ou então no sempre muy bien escrito Longe Demais...

2 comentários:

Anônimo disse...

SINCERAMENTE: surreal.

O mais AFU foi ver nos noticiarios "populares ajudaram a garota e seu filho a sair do carro afundado e..." e saber que SOMOS esses populares.

"We could be heroes...just for one day".

Anônimo disse...

Acho que é quase impossível ver um acidente e ficar inerte. A primeira coisa que passa na cabeça é saber se não foi nenhum amigo, parente, conhecido, e quando vemos... pluf, já estamos lá.
E as reações são diversas: uns lembram daquela aula que a muito tiveram de primeiros-socorros, outros saem gritando pedindo que alguém chame uma ambulância e os mais centrados ou com mais experiência, conseguem acalmar as vítimas e buscar a melhor maneira de resolver a situação.
Enfim, o que vale mesmo é saber que ainda somos humanos e não conseguimos passar por uma situação dessas despercebidos.

PARABÉNS.

Beijão Lu

P.S.: Viva, mais um post no "Pessoal e Intransferível"